Desde a sua morte, o desejo dos fãs de chegar perto de Elvis é realizado com uma visita a Graceland, onde ele viveu. Os ecos do passado de Elvis ainda vivem nos cômodos de seu refúgio.
Para Elvis Presley, Graceland era muito mais que uma simples casa: era onde ele podia ser ele mesmo sem ser incomodado pela mídia
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No aniversário da morte de Elvis, milhares de fãs enfrentam o calor escaldante do mês de agosto em Memphis para lembrar do ídolo. Eles organizam uma semana de tributos e homenagens que inclui visitas a Graceland, Sun Records e a outros lugares relacionados a Elvis. A semana termina numa cerimônia com velas.
Na noite do dia 15 de agosto, os fãs se reúnem em frente ao Portão da Música (Music Gate). Cantam algumas músicas de Elvis e contam histórias sobre o ídolo. Às 23h, dois ou mais empregados de Graceland vão até o portão com uma tocha.
Conforme o Portão da Música vai se abrindo, os fãs, com as velas acesas, sobem silenciosamente até a parte de trás da casa, onde fazem uma fila única para passar pelo túmulo. A procissão geralmente leva umas seis horas para chegar ao Jardim da Meditação. Não é só um gesto de respeito a Elvis e ao que ele representa, mas é também uma prova de que os fãs de Elvis são tão fiéis depois de sua morte como quando ele estava vivo.
O quase contínuo lançamento de informações bibliográficas mantém o nome de Elvis na mídia e mantém vivo o fenômeno. Escritores profissionais e pesquisadores publicam livros sobre Elvis. O eloqüente e revelador "Elvis", do historiador musical Dave Marsh, lançado em 1981, concentrou-se nas contribuições do cantor à música e à cultura popular. Peter Guralnick, um reconhecido historiador musical, escreveu duas biografias, intituladas "Last Train to Memphis: The Rise of Elvis Presley" e "Careless Love: The Unmaking of Elvis" (ambos sem tradução em português).
Os membros da Máfia de Memphis também publicaram livros sobre Elvis. Jerry Hopkins escreveu "Elvis: The Final Years", e Marty e Patsy Lacker colaboraram em "Elvis: Portrait of a Friend". Os dois livros confirmam as histórias sobre o uso de drogas e o estilo de vida destrutivo de Elvis relatados no controverso "Elvis: What Happened?", de Red e Sonny West.
As biografias subseqüentes escritas por membros da família de Elvis reconhecem o seu lado ruim, mas a maioria geralmente equilibra essas histórias com outras sobre sua generosidade. A biografia mais esperada foi a de Priscilla Beaulieu Presley, sobre seu relacionamento com Elvis, chamada "Elvis e eu". Publicado em 1985, o livro não faz nenhuma revelação sobre sua carreira, mas mostra bastante a sua vida na década de 60.
"The Touch of Two Kings", escrito pelo seu meio-irmão Rick Stanley, que agora é ministro, reconta as suas experiências com seu parente famoso. "Elvis: We Love You Tender", escrito pela madrasta de Elvis, Dee Stanley, é uma visão triste dos seus altos e baixos durante as décadas de 60 e 70.
Em 1987, para marcar o 10º aniversário da morte do Elvis, uma versão de sua contribuição musical começou a aparecer na imprensa popular. Depois de anos de publicidade negativa, a carreira de Elvis Presley estava finalmente sendo reavaliada. Essa apreciação foi curta, porém, devido a rumores sobre o fato de Elvis ainda estar vivo, enfraqueceu qualquer avaliação positiva de sua carreira.
Inicialmente, os rumores de que Elvis havia planejado sua própria morte serviram para enfraquecer sua posição de figura cultural importante. Estimulado pelo livro publicado por Gail Brewer-Giorgio, "The Most Incredible Elvis Presley Story Ever Told", os rumores sobre Elvis estar vivo aumentaram em 1988 com relatos de pessoas que diziam ter visto Elvis em um fast food em Michigan. O livro de Giorgio recebeu outro nome - "Is Elvis Alive?" - para tirar proveito da atenção da mídia no ressurgimento do interesse por Elvis. Junto de cada exemplar do livro vinha uma fita cassete com a voz de Elvis discutindo casos que aconteceram depois de sua morte. Depois, um imitador de Elvis declarou que tinha feito a gravação, o que Giorgio negou.
Finalmente, a autenticidade da fita era muito questionada porque os rumores e o fato de como eles estavam manipulando a imprensa deram outra dimensão ao fenômeno de Elvis Presley. A freqüência dos livros, jornais e artigos, programas no rádio e na TV indicava que muita gente - que acreditasse ou não nesses rumores - estava interessada em manter Elvis Presley vivo.
Adesivos que declaravam sentimentalmente "Elvis vive no meu coração" foram substituídos pela frase mais enfática "Elvis Vive", mas não era o Elvis Presley histórico que estava ressuscitando - era o Elvis , o ícone da cultura popular americana.
As histórias de que Elvis está vivo e a enorme quantidade de publicidade que rodeia essa situação ajudaram a redesenhar o Elvis histórico em um herói folclórico norte-americano com suas particularidades e significado simbólico como Davy Crockett ou Wyatt Earp. Como um ícone, Elvis Presley pode evocar inúmeras idéias, inclusive rebeldia, sucesso, excesso e a glória e os problemas da fama. Como um herói folclórico, ele inspira casos e mais casos e histórias exageradas e manipuladas para ilustrar qualquer uma dessas idéias.
Nos anos desde sua morte, Elvis Presley tem sido extremamente homenageado e muito criticado. Em alguns momentos, um símbolo poderoso de revolução, em outras, uma piada nacional, embora sempre lembrado como o Rei do Rock. A sua coroa está intacta, apenas um pouco gasta pelas críticas, pela exploração e pela publicidade. É um título adequado porque mostra o tamanho de uma carreira extraordinária e porque nos faz lembrar de música - seu verdadeiro legado à cultura norte-americana.
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